sábado, 23 de novembro de 2013

Hoje faz um ano de dor, sofrimento,lutas, superações e muito aprendizado!

Há algum tempo meu marido vinha dormindo mal, um cansaço que não parava, sonolência, vomitava com frequência, mas achava que era do fígado e da diabetes, sintomas comuns depois de algumas comidas. No entanto, há exatamente um ano atrás, por volta de umas 7 da noite, as dores que estava sentindo aumentaram e o mal estar também, perguntei se queria que fosse com ele ao hospital, mas tinha Duda para ficar e então, telefonamos para Graciano, o irmão dele e foi para o hospital primavera. Fiquei em casa angustiada, querendo estar com ele, acompanhar, mas Dudinha não tinha com quem ficar, foi que quando liguei por volta das 10 horas soube que ele não teria alta...fiquei doida. Liguei imediatamente para minha mãe e expliquei o que havia acontecido, ela veio ficar em casa e fui imediatamente para o hospital. Ao chegar lá, Lúcio estava no quarto que fica em observação juntos com outros pacientes, e me falaram que precisava fazer alguns exames e tudo mais. Não fiquei satisfeita, procurei o médico de plantão para saber o que estava acontecendo. Para minha surpresa, o médico me fez um monte de perguntas e me disse que o caso dele era grave, que precisava chamar outros especialistas para analisar o quadro e como todos sabem passamos 13 dias internados.

 Foram dias de medo, choros, tristeza, não tive como esconder meus sentimentos, porque nunca passei por isso, nunca acompanhei tão de perto tamanho sofrimento e medo de perder alguém que amava. O pior de tudo é ter também que deixar minhas filhas, contei com o apoio da família e amigos para dedicar-me ao tratamento e recuperação de Lúcio. Não sabia o que fazer, pensar, pedia a Deus que desse força a mim e a ele. Uma dor que penetrou a minha alma profundamente, a dor da perda, do sofrimento,ver quem ama sofrendo sem poder ajudar, pois não dependia mais de mim. Estava ali para o que precisasse, vários momentos enquanto dormia, olhava, alisava e pedia a proteção de todos os santos, Nossa Senhora. Só me restava rezar, chorar escondido....

Chorava e choro não por pena, acho que ele pensou muitas vezes isso, mas chorei e choro por não poder fazer mais por ele, sei o que está passando, dificuldades, desafios, até achamos que sabemos o que passa na cabeça deles quando adoecem, mas saber mesmo só eles. A vida muda completamente, uma pessoa ativa, trabalhador, inteligente, se dedicava ao trabalho manhã, tarde e noite. Nunca nos faltou nada...mas por acaso do destino ou provações estamos vivendo há um ano o dilema da insuficiência renal, uma doença que adquiriu por conta da diabetes, pressão alta e que apesar de tomar a medicação, não teve jeito.

No décimo dia internado, não aguentava mais de saudade de Dudinha, então pedimos ao doutor Enílson para liberar a visita dele ao hospital, não foi fácil. Fui procurar a Assistente Social, expliquei o caso de depois de muita insistência, falei que ela já estava doente em casa também, com febre, sem apetite, eles deixaram e por somente 5 minutos eles se encontraram. Um encontro muito lindo e emocionante, onde apenas na recepção do hospital eles ficaram se tocando, alisando e se abraçando. Mas ela teve a certeza que estava sendo cuidado e em tratamento.

Depois de outras complicações, recomendações veio a notícia que ele precisava fazer hemodiálise. Meu mundo desabou, tive um medo tão grande, mais tão grande que eu não sabia o que fazer. Mas os médicos me explicaram, fui para internet pesquisar e ler tudo sobre o que estava acontecendo e no fim dos 13 dias, depois de conseguirmos vaga na Clinese para continuar o tratamento dele fomos para casa.

E, de lá para cá estamos tentando nos readaptar a nova vida. Uma rotina que não é fácil. Hoje meu marido continua lutando para sobreviver... Todos os dias é uma luta, faz de tudo para não ser um peso para nós. E eu faço de tudo para tentar fazer de conta que está tudo bem, mas na verdade é que adoecemos junto com ele. Posso falar por mim e por Dudinha. Não é mais a mesma coisa, o tempo todo ficamos preocupada com ele e sinto que ele não está bem...Mesmo assim ele é forte e continua buscando superar e melhorar a cada dia...

Sabe o que é pior, os falsos amigos. os amigos que se diziam ser amigos dele sumiram. Alguns foram ao hospital, deixaram algumas mensagens nas redes sociais, mas sua rotina segue apenas com os que se fazem presente. Parece que quando ficamos doentes, não servimos mais para nada, perdemos status, sei lá, sei que não é a mesma coisa. O que importa é que apesar de todos os desafios que enfrentamos, estamos juntos, horas bem, horas calados, horas brigando, mas um apoiando o outro. Estou do seu lado sempre para o que der. Já nos entreguei a Deus, pois só Ele sabe o porquê passar por mais essa. Todos os dias agradeço por mais um dia ao seu lado, aprendendo com ele.

Lúcio, você é muito especial em minha vida sempre. Te admiro muito e você sabe disso, tudo o que sou hoje também tem muito de você, de seus ensinamentos, conversas, exemplos e vivências. Te amo muito, desculpe, mas durante todo esse tempo nunca escrevi e acho que nunca falei do que senti, precisava desabafar!!!!

Ah! Tenho uma novidade ele quis criar um blog para expressar e ocupar seu tempo, dei a maior força e o seu blog está crescendo e sendo bem visitado http://cronicasdeumrenal.blogspot.com.br/.


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