terça-feira, 2 de julho de 2013

FICHAMENTO: GESTÃO DE TECNOLOGIAS, MÍDIAS E RECURSOS NA ESCOLA: O COMPARTILHAR DE SIGNIFICADOS


FICHA:
ALMEIDA, M. E. B.Gestão de tecnologias, mídias e recursos na escola: o compartilhar de significados. Em Aberto, Brasília, v. 22, n. 79, p. 75-89, jan. 2009. Disponível em: http://www.emaberto.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/view/1435/1170. Acesso em: 10 de junho de 2013.

CONTRIBUIÇÃO DO TEXTO PARA PESQUISA:
A pesquisa contribui para mostrar que as tecnologias estão cada vez mais em nossa realidade, há muito tempo e mesmo assim continuam práticas mal elaboradas e mal interpretadas. É preciso entender os significados, a função e utilização das mídias, tecnologias para saber usá-las no momento certo com objetivos. Muita mudança e pouca evolução. O texto também serve de suporte para reflexões e práticas engajados no processo.
OBJETO DE ESTUDO:
As mídias, tecnologias implantadas na escola, o compartilhamento de significados para compreender o papel das tecnologias na educação.
MÉTODO UTILIZADO:
A pesquisa bibliográfica, documental, por meio da análise de conteúdo tendo como referencial teórico, Castells(2003), Franchi(1992), Gatti(2002), Kenneth e Apple(2001), Cavaliere(2002), Dewey(1959), Vygotsky(1989), Figueiredo e Afonso(2006), .Moran(2000), Fagundes(2000), entre outros.
OBJETIVOS DO AUTOR:
  1. Comparar tecnologias antigas das atuais para entender a mudança na comunicação entre as famílias, crianças, jovens, como se relacionam, se divertem;(pág75)
  2. Compreender como ocorre a gestão de tecnologias, mídias e recursos na escola e os significados construídos pelos sujeitos da educação;(pág79)

FONTES:
Figueiredo e Afonso, 2006(figura1), dados do Seed do MEC, Seed de Goiás, MidiaLab-MIT, UCA.

PRINCIPAIS CITAÇÕES:
“Ao mesmo tempo em que os adolescentes de hoje vivem mergulhados no mundo digital, pois pertencem à geração conectada, a cada nova tecnologia que surge acentua-se o fosso digital (Castells, 2003), devido à exclusão social e às dificuldades ainda não superadas pelos sistemas de ensino para incorporar as novas tecnologias às atividades da escola!” (pág75)

(Franchi, 1992), “torna-se necessário não só introduzir tecnologias nas escolas, mas, sobretudo, integrá-las numa perspectiva crítica que proporcione condições político-pedagógicas para que educadores, alunos e comunidade compreendam e utilizem as linguagens das mídias, expressem o pensamento, dialoguem, desenvolvam a criatividade e a criticidade.”(pág76)

A educação "envolve a interação complexa de todos os fatores implicados na existência humana" (Gatti, 2002, p. 13), englobando as pessoas e suas experiências em contexto, sendo a própria educação um processo contextualizado de (re)construção do conhecimento, desenvolvimento da autonomia e da liberdade responsável, comprometida com a cidadania democrática.(pág76)

“A concepção de escola como promotora da "educação integral" alicerçada no conceito de "educação como reconstrução da experiência" (Cavaliere, 2002) descortina novos horizontes para a análise de questões sobre a integração de tecnologias nas práticas educativas e contribui para a reconstrução da identidade da escola e a inclusão social de parcela considerável da sociedade brasileira alijada do acesso aos bens culturais.” (pág77)

“A utilização de tecnologias como elementos de mediatização entre o conhecimento científico e as experiências da vida dos alunos pode representar um impulso intelectual, social e político em direção a uma sociedade menos excludente e mais solidária, cujo exercício da democracia é interpretado como uma "forma de vida associada, de experiência conjunta e mutuamente comunicada" (Dewey, 1959, p. 93).(pág77)

“O uso das tecnologias em contextos significativos para os aprendizes indica que estes se encontram imersos em cenários interativos com a presença de tecnologias.”(Figueiredo, Afonso, 2006).(pág77)

“A significação se origina no contexto e na interação social com as pessoas, experiências, instituições e objetos culturais, enfim nas relações com o contexto socioistórico e na negociação intersubjetiva, gerando saltos qualitativos provocados pelo movimento entre o nível real e potencial de desenvolvimento”. (Vygotsky, 1989). (pág77)

“O contexto é um conjunto de circunstâncias relevantes que propiciam (re)construir o conhecimento por meio da atividade.” Figueiredo e Afonso (2006) (pág77)

“O contexto educativo é um conjunto de circunstâncias relevantes que propiciam ao aluno (re)construir o conhecimento dos quais são elementos inerentes o conteúdo, o professor, sua ação e os objetos histórico-culturais que o constituem. O contexto é considerado em toda a sua complexidade e multidimensionalidade, englobando as dimensões histórico-social, cultural, cognitiva e afetiva dos sujeitos que o habitam, bem como as tecnologias que dele fazem parte, cujas características devem ser compreendidas para que se possa incorporá-las numa perspectiva crítica”.(pág78)
  
“As tecnologias são elementos relevantes do contexto que reconfiguram a situação e criam possibilidades diferentes para o ensino e a aprendizagem, uma vez que, além da expressão material de instrumentos, englobam as dimensões técnica, social e cultural envolvidas em sua produção, expandem o potencial humano e propiciam que, através da Internet, alunos, professores e membros da comunidade, situados em diferentes territórios, possam compartilhar experiências educativas centradas nas relações que se estabelecem em contexto virtual.”(pág78)

“No paradigma construtivista, o contexto se constitui em situação, no momento da interação com os alunos, não sendo possível delimitá-lo inteiramente a priori. Assim, o contexto é "tecido junto" no desenvolvimento da atividade relevante aos alunos, que participam de um processo de negociação de significados ao tempo que produzem o contexto adequado à sua experiência em circunstâncias socioistóricas específicas”. Figueiredo e Afonso (2006), Almeida (2004), Prado (1999),Valente (1999) Papert
(1985, 1994) (pág79)

“Para superar a dicotomia do uso de tecnologias na escola, é necessário prover as escolas de condições para o trabalho com as múltiplas vozes sociais e o acesso aos diferentes objetos "de produção e distribuição de riqueza simbólica e material"” (Schwartz, 2002).(pág80)

“As práticas pedagógicas direcionadas pelo uso de determinada tecnologia, como no caso de uso do laboratório de informática ou do binômio da TV e vídeo, induzem ao aprimoramento daquilo que já se fazia mantendo inalterados os horários, a estrutura de aulas e disciplinas (Moran, 2000) e, embora possam seduzir momentaneamente os alunos, não trazem mudanças efetivas no desenvolvimento do currículo e na melhoria de qualidade da aprendizagem.” (pág81)

Fagundes (2000) “propõe o termo "projetos de aprendizagem" ao se referir à experiência desenvolvida com vista à aprendizagem de conceitos construídos no ato de projetar do aprendiz ou de um grupo de aprendizes”.(pág81)

“[...]aprendizagem significativa, uma vez que o professor precisa compreender as concepções de conhecimento, aprendizagem e ensino subjacentes, buscando a coerência com o currículo, que se desenvolve em conexão com as tecnologias e mídias, selecionadas e agregadas ao projeto conforme necessidades da atividade em realização.” (pág81)

“Para que os recursos tecnológicos e midiáticos possam ser integrados de maneira significativa, é importante ir além do acesso, criando condições para que alunos e demais membros da comunidade escolar possam se expressar por meio das múltiplas
linguagens, dominar operações e funcionalidades das tecnologias, compreender suas propriedades específicas e potencialidades para uso na busca de solução para os problemas da vida.”(pág82)
   
PRINCIPAIS CONCLUSÕES DO AUTOR:
Cabe aos pesquisadores e educadores – conscientes de sua responsabilidade social e comprometidos com o ensino voltado à aprendizagem e à compreensão das problemáticas da vida – analisar as tendências mundiais de integração e convergência
de tecnologias, construir referências conceituais que permitam compreender criticamente as contribuições da incorporação de tecnologias à educação, assim como acompanhar e subsidiar a definição de políticas públicas voltadas à inclusão digital das
escolas e à integração de tecnologias aos processos de ensinar, aprender, gerir a escola e suas tecnologias.
O homem é um ser inacabado, em contínua busca por novas descobertas e invenções. Novas tecnologias surgem a todo momento, indicando que a aprendizagem continua por toda a vida com diferentes direções. Habilidades outrora consideradas relevantes podem não ser mais necessárias hoje, assim como competências antes irrelevantes ou desconhecidas vão se tornando imprescindíveis. Surgem novos valores e realidades que precisam ser compreendidos pelo diálogo que liberta. "Educador e educando, os dois seres criadores, libertam-se mutuamente para chegarem a ser, ambos, criadores de novas realidades" (Freire, 1980, p. 10).

COMENTÁRIO E ANÁLISE DO LEITOR:
Um trabalho rico com dados e fatos pertinentes ao tema baseado em autores importantes no processo que justificam a importância do estudo que a autora fez. A fundamentação teórica foi muito bem centrada nos conceitos aplicados e abordados durante todo o trabalho, percebi a preocupação da autora em nos fazer entender da necessidade da formação dos professores e entendimento da utilização das mídias.
Consegui visualizar os exemplos que ela mostrou no trabalho e entendi a importância e preocupação da mesma. É realmente uma pesquisa que sugere muitas outras pesquisas que abordem as necessidades urgentes da utilização e aplicabilidade das mídias e recursos na escola e no ciberespaço. Gostei muito do trabalho, estudar, ler e pesquisar sobre esse tema é sempre maravilhoso.Quem promove a mudança somos nós em tudo o que fazemos, cabe a cada um exercer sua função da melhor forma possível, somos formadores!

RESUMO:
O presente trabalho abordou questões muito importantes no que diz respeito ao papel da gestão de tecnologias, mídias e recursos na escola  Deu início ao assunto falando do seu tempo de menina, o que tinha de aparato tecnológico, como eram as famílias e educação, nos fazendo refletir sobre os tempos atuais e fazer um paralelo de mudanças de atitudes e tudo mais. Definições não faltaram para nos fazer entender:
As tecnologias são elementos relevantes do contexto que reconfiguram a situação e criam possibilidades diferentes para o ensino e a aprendizagem, uma vez que, além da expressão material de instrumentos, englobam as dimensões técnica, social e cultural envolvidas em sua produção, expandem o potencial humano e propiciam que, através da Internet, alunos, professores e membros da comunidade, situados em diferentes territórios, possam compartilhar experiências educativas centradas nas relações que se estabelecem em contexto virtual.
Maria Elizabeth ainda explicitou o contexto brasileiro para melhor compreender como ocorre a gestão de tecnologias, mídias e recursos na escola e os significados construídos pelos sujeitos da educação, onde e como as tecnologias começaram a ser introduzidas nas escolas até o momento atual, quando novos desafios se apresentam com as iniciativas governamentais voltadas à universalização do acesso a computadores de pequeno porte para alunos e educadores.
Em seguida citou os programas públicos de inserção de tecnologias na escola, do uno ao múltiplo, para entendermos como foi implantado todo esse sistema e como foi aplicado no contexto. Além da implantação de sistemas integrados de informações para a gestão escolar e do desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras, há necessidade de se repensar a gestão de tecnologias, mídias, informações, tempos e espaços em um empreendimento catalisador da mudança educacional, que busca religar as distintas instâncias de um trabalho educativo comprometido com a unicidade do conhecimento, a interação social e a participação numa ótica globalizante, includente e democrática, que valoriza a experiência, a colaboração e a gestão compartilhada.
Tudo isso implica tornar utilizáveis e reutilizáveis os recursos tecnológicos e seus produtos e compreender seus critérios e condições de interoperatividade, o que envolve distintos aspectos relacionados com a gestão de tecnologias, tais como administrar, organizar, proteger, manter, para que funcionem como instrumentos de comunicação, autoria e construção de conhecimento, registro, recuperação, atualização e socialização de informações.



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