FICHA:
ALMEIDA, M. E. B.Gestão de tecnologias, mídias e recursos na escola: o
compartilhar de significados. Em Aberto, Brasília, v. 22, n. 79, p. 75-89, jan.
2009. Disponível em: http://www.emaberto.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/view/1435/1170.
Acesso em: 10 de junho de 2013.
CONTRIBUIÇÃO
DO TEXTO PARA PESQUISA:
A pesquisa contribui
para mostrar que as tecnologias estão cada vez mais em nossa realidade, há
muito tempo e mesmo assim continuam práticas mal elaboradas e mal interpretadas.
É preciso entender os significados, a função e utilização das mídias,
tecnologias para saber usá-las no momento certo com objetivos. Muita mudança e
pouca evolução. O texto também serve de suporte para reflexões e práticas
engajados no processo.
OBJETO
DE ESTUDO:
As mídias, tecnologias
implantadas na escola, o compartilhamento de significados para compreender o
papel das tecnologias na educação.
MÉTODO
UTILIZADO:
A pesquisa bibliográfica,
documental, por meio da análise de conteúdo tendo como referencial teórico, Castells(2003),
Franchi(1992), Gatti(2002), Kenneth e Apple(2001), Cavaliere(2002),
Dewey(1959), Vygotsky(1989), Figueiredo e Afonso(2006), .Moran(2000),
Fagundes(2000), entre outros.
OBJETIVOS
DO AUTOR:
- Comparar
tecnologias antigas das atuais para entender a mudança na comunicação
entre as famílias, crianças, jovens, como se relacionam, se
divertem;(pág75)
- Compreender
como ocorre a gestão de tecnologias, mídias e recursos na escola e os
significados construídos pelos sujeitos da educação;(pág79)
FONTES:
Figueiredo e Afonso,
2006(figura1), dados do Seed do MEC, Seed de Goiás, MidiaLab-MIT, UCA.
PRINCIPAIS
CITAÇÕES:
“Ao mesmo tempo em que os adolescentes de hoje vivem mergulhados no mundo
digital, pois pertencem à geração conectada, a cada nova tecnologia que surge acentua-se
o fosso digital (Castells, 2003), devido à exclusão social e às dificuldades ainda
não superadas pelos sistemas de ensino para incorporar as novas tecnologias às atividades
da escola!” (pág75)
(Franchi, 1992), “torna-se necessário não só introduzir tecnologias nas
escolas, mas, sobretudo, integrá-las numa perspectiva crítica que proporcione
condições político-pedagógicas para que educadores, alunos e comunidade
compreendam e utilizem as linguagens das mídias, expressem o pensamento,
dialoguem, desenvolvam a criatividade e a criticidade.”(pág76)
A educação "envolve a interação complexa de todos os fatores
implicados na existência humana" (Gatti, 2002, p. 13), englobando as
pessoas e suas experiências em contexto, sendo a própria educação um processo
contextualizado de (re)construção do conhecimento, desenvolvimento da autonomia
e da liberdade responsável, comprometida com a cidadania democrática.(pág76)
“A concepção de escola como promotora da "educação integral"
alicerçada no conceito de "educação como reconstrução da experiência"
(Cavaliere, 2002) descortina novos horizontes para a análise de questões sobre
a integração de tecnologias nas práticas educativas e contribui para a
reconstrução da identidade da escola e a inclusão social de parcela
considerável da sociedade brasileira alijada do acesso aos bens culturais.” (pág77)
“A utilização de tecnologias como elementos de mediatização entre o
conhecimento científico e as experiências da vida dos alunos pode representar
um impulso intelectual, social e político em direção a uma sociedade menos
excludente e mais solidária, cujo exercício da democracia é interpretado como
uma "forma de vida associada, de experiência conjunta e mutuamente comunicada"
(Dewey, 1959, p. 93).(pág77)
“O uso das tecnologias em contextos significativos para os aprendizes
indica que estes se encontram imersos em cenários interativos com a presença de
tecnologias.”(Figueiredo, Afonso, 2006).(pág77)
“A significação se origina no contexto e na interação social com as
pessoas, experiências, instituições e objetos culturais, enfim nas relações com
o contexto socioistórico e na negociação intersubjetiva, gerando saltos
qualitativos provocados pelo movimento entre o nível real e potencial de
desenvolvimento”. (Vygotsky, 1989). (pág77)
“O contexto é um conjunto de circunstâncias relevantes que propiciam
(re)construir o conhecimento por meio da atividade.” Figueiredo e Afonso (2006)
(pág77)
“O contexto educativo é um conjunto de circunstâncias relevantes que
propiciam ao aluno (re)construir o conhecimento dos quais são elementos
inerentes o conteúdo, o professor, sua ação e os objetos histórico-culturais
que o constituem. O contexto é considerado em toda a sua complexidade e
multidimensionalidade, englobando as dimensões histórico-social, cultural,
cognitiva e afetiva dos sujeitos que o habitam, bem como as tecnologias que
dele fazem parte, cujas características devem ser compreendidas para que se
possa incorporá-las numa perspectiva crítica”.(pág78)
“As tecnologias são elementos relevantes do contexto que reconfiguram a
situação e criam possibilidades diferentes para o ensino e a aprendizagem, uma
vez que, além da expressão material de instrumentos, englobam as dimensões
técnica, social e cultural envolvidas em sua produção, expandem o potencial
humano e propiciam que, através da Internet, alunos, professores e membros da
comunidade, situados em diferentes territórios, possam compartilhar
experiências educativas centradas nas relações que se estabelecem em contexto
virtual.”(pág78)
“No paradigma construtivista, o contexto se constitui em situação, no
momento da interação com os alunos, não sendo possível delimitá-lo inteiramente
a priori. Assim, o contexto é "tecido junto" no desenvolvimento da
atividade relevante aos alunos, que participam de um processo de negociação de
significados ao tempo que produzem o contexto adequado à sua experiência em
circunstâncias socioistóricas específicas”. Figueiredo e Afonso
(2006), Almeida (2004), Prado (1999),Valente (1999) Papert
(1985, 1994) (pág79)
“Para superar a dicotomia do uso de tecnologias na escola, é necessário
prover as escolas de condições para o trabalho com as múltiplas vozes sociais e
o acesso aos diferentes objetos "de produção e distribuição de riqueza
simbólica e material"” (Schwartz, 2002).(pág80)
“As práticas pedagógicas direcionadas pelo uso de determinada
tecnologia, como no caso de uso do laboratório de informática ou do binômio da
TV e vídeo, induzem ao aprimoramento daquilo que já se fazia mantendo
inalterados os horários, a estrutura de aulas e disciplinas (Moran, 2000) e,
embora possam seduzir momentaneamente os alunos, não trazem mudanças efetivas
no desenvolvimento do currículo e na melhoria de qualidade da aprendizagem.”
(pág81)
Fagundes (2000) “propõe o termo "projetos de aprendizagem" ao
se referir à experiência desenvolvida com vista à aprendizagem de conceitos
construídos no ato de projetar do aprendiz ou de um grupo de aprendizes”.(pág81)
“[...]aprendizagem significativa, uma vez que o professor precisa compreender
as concepções de conhecimento, aprendizagem e ensino subjacentes, buscando a
coerência com o currículo, que se desenvolve em conexão com as tecnologias e
mídias, selecionadas e agregadas ao projeto conforme necessidades da atividade
em realização.” (pág81)
“Para que os recursos tecnológicos e midiáticos possam ser integrados de
maneira significativa, é importante ir além do acesso, criando condições para
que alunos e demais membros da comunidade escolar possam se expressar por meio
das múltiplas
linguagens, dominar operações e funcionalidades das tecnologias,
compreender suas propriedades específicas e potencialidades para uso na busca
de solução para os problemas da vida.”(pág82)
PRINCIPAIS
CONCLUSÕES DO AUTOR:
Cabe aos pesquisadores e educadores – conscientes de sua
responsabilidade social e comprometidos com o ensino voltado à aprendizagem e à
compreensão das problemáticas da vida – analisar as tendências mundiais de
integração e convergência
de tecnologias, construir referências conceituais que permitam
compreender criticamente as contribuições da incorporação de tecnologias à
educação, assim como acompanhar e subsidiar a definição de políticas públicas
voltadas à inclusão digital das
escolas e à integração de tecnologias aos processos de ensinar,
aprender, gerir a escola e suas tecnologias.
O homem é um ser inacabado, em contínua busca por novas descobertas e invenções.
Novas tecnologias surgem a todo momento, indicando que a aprendizagem continua
por toda a vida com diferentes direções. Habilidades outrora consideradas relevantes
podem não ser mais necessárias hoje, assim como competências antes irrelevantes
ou desconhecidas vão se tornando imprescindíveis. Surgem novos valores e
realidades que precisam ser compreendidos pelo diálogo que liberta.
"Educador e educando, os dois seres criadores, libertam-se mutuamente para
chegarem a ser, ambos, criadores de novas realidades" (Freire, 1980, p.
10).
COMENTÁRIO
E ANÁLISE DO LEITOR:
Um trabalho rico com
dados e fatos pertinentes ao tema baseado em autores importantes no processo
que justificam a importância do estudo que a autora fez. A fundamentação
teórica foi muito bem centrada nos conceitos aplicados e abordados durante todo
o trabalho, percebi a preocupação da autora em nos fazer entender da
necessidade da formação dos professores e entendimento da utilização das mídias.
Consegui visualizar os
exemplos que ela mostrou no trabalho e entendi a importância e preocupação da
mesma. É realmente uma pesquisa que sugere muitas outras pesquisas que abordem
as necessidades urgentes da utilização e aplicabilidade das mídias e recursos
na escola e no ciberespaço. Gostei muito do trabalho, estudar, ler e pesquisar
sobre esse tema é sempre maravilhoso.Quem promove a mudança somos nós em tudo o
que fazemos, cabe a cada um exercer sua função da melhor forma possível, somos
formadores!
RESUMO:
O presente trabalho
abordou questões muito importantes no que diz respeito ao papel da gestão de
tecnologias, mídias e recursos na escola Deu início ao assunto falando do seu tempo de
menina, o que tinha de aparato tecnológico, como eram as famílias e educação,
nos fazendo refletir sobre os tempos atuais e fazer um paralelo de mudanças de
atitudes e tudo mais. Definições não faltaram para nos fazer entender:
As tecnologias são elementos relevantes do contexto que reconfiguram a
situação e criam possibilidades diferentes para o ensino e a aprendizagem, uma
vez que, além da expressão material de instrumentos, englobam as dimensões
técnica, social e cultural envolvidas em sua produção, expandem o potencial
humano e propiciam que, através da Internet, alunos, professores e membros da
comunidade, situados em diferentes territórios, possam compartilhar
experiências educativas centradas nas relações que se estabelecem em contexto
virtual.
Maria Elizabeth ainda explicitou o contexto brasileiro para melhor
compreender como ocorre a gestão de tecnologias, mídias e recursos na escola e
os significados construídos pelos sujeitos da educação, onde e como as
tecnologias começaram a ser introduzidas nas escolas até o momento atual,
quando novos desafios se apresentam com as iniciativas governamentais voltadas
à universalização do acesso a computadores de pequeno porte para alunos e
educadores.
Em seguida citou os programas públicos de inserção de tecnologias na
escola, do uno ao múltiplo, para entendermos como foi implantado todo esse
sistema e como foi aplicado no contexto. Além da implantação de sistemas
integrados de informações para a gestão escolar e do desenvolvimento de
práticas pedagógicas inovadoras, há necessidade de se repensar a gestão de
tecnologias, mídias, informações, tempos e espaços em um empreendimento catalisador
da mudança educacional, que busca religar as distintas instâncias de um
trabalho educativo comprometido com a unicidade do conhecimento, a interação
social e a participação numa ótica globalizante, includente e democrática, que
valoriza a experiência, a colaboração e a gestão compartilhada.
Tudo isso implica tornar utilizáveis e reutilizáveis os recursos
tecnológicos e seus produtos e compreender seus critérios e condições de
interoperatividade, o que envolve distintos aspectos relacionados com a gestão
de tecnologias, tais como administrar, organizar, proteger, manter, para que
funcionem como instrumentos de comunicação, autoria e construção de
conhecimento, registro, recuperação, atualização e socialização de informações.
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