Uma linda melodia, toda recheada de poesia que podemos aproveitar em
várias atividades em sala de aula. Desde o significado das palavras, origem,
interpretação, o fenômeno das águas de março, como ocorre, o que é. Dependendo do planejamento e objetivos de aprendizagem existem inúmeras formas de trabalhar em sala, online, offline, dentro da sala, para casa através de vídeo, música, paródia. O que vale mesmo é a CRIATIVIDADE!!!!!
Águas de Março
Tom Jobim
É pau, é pedra, é o
fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba do campo, é
o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é
o fim da ladeira
É a viga, é o vão,
festa da cumueira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a
marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é
o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto
É um peixe, é um
gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa,
é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março
fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau,
é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março
fechando o verão,
É a promessa de vida no teu coração
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o
fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março
fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
Pau, pedra, fim, caminho
Resto, toco, pouco, sozinho
Caco, vidro, vida, sol, noite, morte, laço, anzol
É a promessa de vida no teu coração
Pau, pedra, fim, caminho
Resto, toco, pouco, sozinho
Caco, vidro, vida, sol, noite, morte, laço, anzol
São as águas de março
fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.
É a promessa de vida no teu coração.
HISTORIANDO:
Águas de Março" é uma famosa canção brasileira do compositor, músico, arranjador, cantor e maestro Tom Jobim, de 1972. A canção foi lançada inicialmente no compacto simples Disco de Bolso, o Tom de Jobim e o Tal de João Bosco e,
a seguir, no álbum Matita Perê, no ano
seguinte. Em 1974, uma versão em dueto com Elis Regina foi lançada no LP Elis & Tom. Posteriormente, Tom Jobim
compôs uma versão emlíngua inglesa, que manteve a estrutura e a metáfora central do significado da letra.
A canção
chegou a inspirar uma campanha publicitária da empresa Coca-Cola na década de 1980, com um arranjo mais próximo
do rock e outros versos. A versão em
inglês da música foi também utilizada, já na década de 1990, como tema publicitário para o lançamento
do Ayala Center, nas Filipinas.
Em 2001, foi nomeada como a melhor canção
brasileira de todos os tempos em uma pesquisa de 214 jornalistas brasileiros,
músicos e outros artistas do Brasil, conduzida pelo jornal Folha de São Paulo. Na
pesquisa realizada pela edição brasileira da
revista Rolling Stone, em 2009, a
canção ocupa o segundo lugar, atrás de Construção,
de Chico Buarque de
Holanda.
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