O governo
norte-americano queria
desenvolver um sistema para que seus computadores militares pudessem trocar
informações entre si, de uma base militar para outra e que mesmo em caso de
ataque nuclear os dados fossem preservados. Seria uma tecnologia de
resistência. Foi assim que surgiu então a ARPANET, o antecessor da Internet, um
projeto iniciado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos que realizou então a interconexão de
computadores, através de um sistema conhecido como chaveamento de pacotes, que
é um esquema de transmissão de dados em rede de computadores no qual as
informações são divididas em pequenos “pacotes”, que por sua vez contém trecho
dos dados, o endereço do destinatário e informações que permitiam a remontagem
da mensagem original.
Este sistema
garantia a integridade da informação caso uma das conexões da rede sofresse um
ataque inimigo, pois o tráfego nela poderia ser automaticamente encaminhado
para outras conexões. O curioso é que raramente a rede sofreu algum ataque
inimigo. Em 1991, durante a Guerra do Golfo, certificou-se que esse sistema realmente
funcionava, devido à dificuldade dos Estados Unidos para derrubar a rede de
comando do Iraque, que usava o mesmo sistema.
O sucesso do
sistema criado pela ARPANET foi tanto que as redes agora também eram voltadas
para a área de pesquisas científicas das universidades. Com isso, a ARPANET
começou a ter dificuldades em administrar todo este sistema, devido ao grande e
crescente número de localidades universitárias contidas nela. Dividiu-se então
este sistema em dois grupos, a MILNET, que possuía as localidades militares e a nova ARPANET,
que possuía as localidades não militares. O desenvolvimento da rede, nesse
ambiente mais livre, pôde então acontecer. Não só os pesquisadores como também
seus alunos e os alunos de seus amigos, tiveram acesso aos estudos já
empreendidos e somaram esforços para aperfeiçoá-los. Houve uma época nos
Estados Unidos em que sequer se cogitava a possibilidade de comprar
computadores prontos, já que a diversão estava em montá-los.
A mesma lógica
se deu com a Internet. Jovens da contracultura, ideologicamente engajados ou
não em uma utopia de difusão da informação, contribuíram decisivamente para a
formação da Internet como hoje é conhecida. A tal ponto que o sociólogo
espanhol e estudioso da rede, Manuel Castells, afirmou em seu livro “A Galáxia
da Internet” (2003) que “A Internet é, acima de tudo, uma criação cultural”. Um
esquema técnico denominado Protocolo de Internet (Internet Protocol) permitia que o tráfego de
informações fosse caminhado de uma rede para outra.
Todas as redes
conectadas pelo endereço IP na Internet comunicam-se para que todas possam
trocar mensagens. Através da National Science Foundation, o governo
norte-americano investiu na criação de backbones (que significa espinha dorsal, em
português), que são poderosos computadores conectados por linhas que tem a
capacidade de dar vazão a grandes fluxos de dados, como canais de fibra óptica,
elos de satélite e elos de transmissão por rádio. Além desses backbones,
existem os criados por empresas particulares. A elas são conectadas redes
menores, de forma mais ou menos anárquica. É basicamente isto que consiste a
Internet, que não tem um dono específico.
O que hoje
forma a Internet começou em 1969 como a ARPANET, criada pela ARPA, sigla para Advanced
Research Projects Agency, ou Agência de Pesquisa de Projetos
Avançados, uma subdivisão do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Ela foi
criada para a guerra, pois com essa rede promissora, os dados valiosos do
governo daquele país estariam espalhados em vários lugares, ao invés de
centralizados em apenas um servidor. Isso evitaria a perda desses dados no caso
de, por exemplo, uma bomba explodisse no campus. Em seguida, ela foi usada
inicialmente pelas universidades, onde os estudantes poderiam trocar de forma
ágil para a época, os resultados de seus estudos e pesquisas. Em Janeiro de
1983, a ARPANET mudou seu protocolo de NCP para TCP/IP. Em 1985 surge o FTP.
Contudo, a
Internet como hoje conhecemos, com sua interatividade, como arcabouço de redes
interligadas de computadores e seus conteúdos multimídia,
só se tornou possível pela contribuição do cientista Tim Berners-Lee e ao CERN,
Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire – Centro Europeu de Pesquisas
Nucleares, que criaram a World Wide Web, inicialmente interligando sistemas de
pesquisa científicas e mais tarde acadêmicas, interligando universidades; a
rede coletiva ganhou uma maior divulgação pública a partir dos anos 1990.
Em agosto de 1991, Berners-Lee publicou seu novo projeto para a World Wide Web,
dois anos depois de começar a criar o HTML, o HTTP e as poucas primeiras
páginas web no CERN, na Suíça. Por este motivo, em 23 de agosto se comemora o Dia do Internauta. Em 1993
o navegador Mosaic 1.0
foi lançado, e no final de 1994 já havia interesse público na Internet. Em 1996
a palavra Internet já era de uso comum, principalmente nos países
desenvolvidos, referindo-se na maioria das vezes a WWW.
Fonte: Deskmundo
Fonte: Deskmundo
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